sábado, 16 de outubro de 2010

PENSAR E DIZER

Cada vez com maior frequência me questiono se as pessoas dizem o que pensam e/ou pensam no que dizem.
Como exemplo, a recente entrevista, ao Diário de Notícias, de Teresa Patrício Gouveia, Administradora da Fundação Calouste Gulbenkian (responsável pelos serviços de Música e Belas-Artes) desde 2004, a propósito da extinção do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian.

Transcrevo as primeiras duas perguntas e respostas, com negrito meu.

«Após o fim do Ballet Gulbenkian em 2006, é anunciado agora o fecho do serviço das Belas-Artes ao fim de cinco décadas de apoio. Qual é a razão?

Não é assim. O Ballet foi extinto enquanto as Belas-Artes não. É exactamente o processo oposto, porque o que há é uma reorientação da fundação para trabalharmos progressivamente por programas. A Gulbenkian tem vindo a organizar-se em torno de programas e não de serviços, correspondendo a objectivos mais definidos e a uma correcção de trajectória. É uma maneira moderna de gerir a actividade da instituição.

Não haverá uma contenção de despesa?

Não existe nenhuma contenção financeira da Fundação Calouste Gulbenkian. Como o director vai reformar-se, chegou o momento de racionalizar os recursos afectos à actividade substantiva em vez da burocrática. É fundamental canalizar os recursos disponíveis para fins institucionais e não para a organização.»

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