quinta-feira, 1 de setembro de 2011

JHERONIMUS BOSH (1453? - 1516)


As Tentações de Santo Antão
Até 25 de Setembro é possível ver no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), com visitas guiadas em determinados dias, a exposição «Confrontos. Bosh e o seu Círculo», composta por três trípticos: «Tríptico das Tentações de Santo Antão», «Tríptico do Juízo Final» e «Tríptico das Tribulações de Job».

O primeiro pertence ao próprio Museu. Os restantes ao Museu Groninge de Bruges.
Paralelamente, aproveite-se para visitar todo o Museu e as suas magníficas obras, nomeadamente os «Painéis de São Vicente», atribuído a Nuno Gonçalves, e a «Custódia de Belém», de Gil Vicente.
O «Tríptico das Tentações de Santo Antão» (c. 1500) é da autoria de Bosh. O «Tríptico do Juízo Final» (1ª metade do século XVI) é atribuído a um seu discípulo com acesso amodelos de oficina. O «Tríptico das Tribulações de Job» (2ª metade do século XVI) é de um continuador ou imitador de Bosh.
Em todos eles é visível o carácter visionário, o seu universo figurativo (o monstruoso, o grotesco, o demoníaco, as tentações, o pecado, a loucura humana), a pintura aparentemente «surrealista» e verdadeiramente religiosa e moralizante.
Apenas conhecia o «Tríptico das Tentações de Santo Antão», que sempre me fascinou, desde o já longínquo ano de 1980.
Com efeito, vi-o, pela primeira vez, no meu livro de Filosofia do 10.º ano: salvo erro, na própria capa.
Mais tarde, vi-o, no MNAA, em 1983, no âmbito da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura.
E, quando o vejo, sinto-me sempre numa zona de penumbra e de indefinição, entre o sonho e a realidade, entre a emoção e a razão, entre a Idade Média e os novos tempos, e maravilho-me perante a forma como foi possível, há 500 anos, retratar, desta forma, a alma humana.

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